Por tempo indeterminado. Esse é o período em que continuará a greve dos servidores da educação municipal. Os professores, vigias, zeladoras e merendeiras reivindicam um reajuste salarial referente aos os últimos sete anos. As negociações começaram no início de 2011, porém até agora não houve um acordo. Nos últimos meses os funcionários fizeram três paradas de advertência, cada uma de 24 horas. Sem progresso nas negociações, eles começaram a greve nesta segunda-feira (19).
“O motivo pelo qual a gente está em greve, o que é um fato histórico aqui na cidade de Picos, é por conta da negociação que está havendo com a prefeitura. A última negociação que a gente fez, inclusive temos os documentos protocolados, eles apresentaram uma proposta de 25% de aumento dividido em parcelas. Seria 10% agora no final de 2011, do qual 8% nós já temos garantido, então eles estão querendo dar um aumento de 2% este ano, que equivale a R$ 20 reais. Depois daria mais 10% em março de 2012 e 5% em dezembro de 2012”, explicou a membro da comissão que representa os servidores da educação, professora Adnaid Rufino.
Ainda segundo a grevista, inicialmente foi pedido pelos funcionários e o SINDSERM (Sindicato dos Servidores Municipais), um aumento de 50%. Em seguida esse percentual foi reduzido para 30%. Contudo, não houve acordo. Adnaid Rufino contou que outro motivo para os servidores grevarem, é por conta dos recursos destinados a educação municipal, oriundos da arrecadação própria e do FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica), serem mais do que suficiente para o aumento seja concedido aos funcionários.
“No mês de julho foram R$ 2 milhões e 700 mil reais que entraram nos cofres da prefeitura para serem gastos com educação. Infelizmente só foi gasto com folha de pagamento por volta de R$ 700 mil reais. Mas digamos que esse valor não esteja totalmente correto, como diz a prefeitura. Mesmo com os gastos que eles disseram que tiveram com obras em escolas, nós do sindicato visitamos todas as escolas e não vimos nenhuma obra faraônica que tivesse um investimento de R$ 2 milhões de reais mensal. E é bom que se deixe claro que 25% do recurso do município têm que ser destinado a educação e até hoje só foi pago 5%”, contextualizou Adnaid.
De acordo com o comando da greve, a adesão tem sido satisfatória. Várias escolas das zonas urbana e rural teriam inclusive paralisado suas atividades na íntegra. “Em algumas escolas os professores ainda estão na dúvida porque sofreram muitas ameaças”, revelou a membro da comissão de negociação dos servidores. “A greve é por tempo indeterminado, mas estamos aqui ao lado da prefeitura abertos para negociações”, concluiu Adnaid.

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